quarta-feira, 22 de julho de 2009

Na Guerra ou Tanto Faz

O certo é que não posso deixar de chorar e tampouco parar de sorrir, intervir seria atrapalhar a (semi) perfeita equação dessa preciosa vida bem vivida ou bem curtida como cachaças em tonéis de carvalhos estocados em empoeiradas bodegas.

Sem incômodo posso retirar-me de cena e, apesar de apelar contra a pena imposta pelos comedidos atos, o fato é que me sinto grato ao me lembrar dos olhos quase fechados no estampar do sorriso no rosto. Conforto!

Assim, na face oposta ou na contraproposta, na réplica cor cinza e mal acabada ou na tréplica concisa e mal elaborada, perco-me sóbrio no pesar sombrio de dias alhures; de dias em que a lua não se insinuava ao crepúsculo do cerrado ou das veredas e as estrelas se envergonhavam na aurora boreal.

Confesso em certo tom de blasfêmia simulada que as rezas, as súplicas e as preces, bem como todas as velas acesas a Santo Expedito ou a algum outro santo em que pouco acredito, em nada valeram senão pelo utópico devaneio defasado de ter-me em bem estar interior.

Acontece que pular de cabeça quente em uma vida confusa nada mais é do que, em vão, tentar lavar a alma na correnteza nervosa das incertezas humanas e nas indelicadezas profanas que enganam, por si só, todo e qualquer ser.

Enfim, no amor ou no ódio, na guerra ou tanto faz, nas videiras do norte da Espanha e no ar rarefeito de La Paz, agora e também outrora, antes, durante e após qualquer hora, o certo é que e um monge, um padre, um pastor ou qualquer ator, perceberão o que eu nunca, nem mesmo nos sonhos mais confusos, tentei esconder: a saudade.

Um comentário:

Unknown disse...

E essa tal de saudade é difícil mesmo de esconder.
Belo texto!