Às vezes aquela peça teatral mal montada ou improvisada parecia um sodalício composto apenas pelos dois, como se possível fosse; parecia um entusiasmo de fogo de palha, semelhante a um breve e empolgante comercial de cigarros que dura mais ou menos trinta segundos ou a um salto de paraquedas amador.
Vivera ele naquele lapso em um solilóquio incansável e ineficaz, agindo como um sindicalista rouco ou sem voz a agitar os braços, bandeiras, barbas e cabelos e sempre a reivindicar: mais amor, aumento da dedicação e redução da saudade; quase lhe implorava atenção ou algo na mesma necessidade e no mesmo patamar
Ela, da sua intocável inércia sentimental apenas respondia ladina e dissimulada: “__ Implorar, meu querido, somente a Deus”. Não lhe pronunciava outra oração sequer, fazendo-o sentir-se ignóbil. Nenhuma palavra lhe dizia, mesmo tendo sã consciência de que determinadas palavras podem acalmar determinados espíritos, ainda que não se demonstre a veracidade daquelas ou a agitação desses.
Desconsiderava o fato de que certas expressões sequer possuem efeito ou reação e, tal como um peditório, tal como um maçante teimoso, perguntava-se: “__ Onde achar remédio para as mesquinharias pingadas na rotina como soros que incham a tolerância e curam o entusiasmo inaugural dos casais?”
Ele, negando assemelhar-se a um misantropo, injuriava conjeturando que era como grão que em um moinho triturava-se sem que ninguém se preocupasse em saber se resistia à mó ou se se pulverizava depressa.
A ele restou a sensação de que aquela peça amorosa teria sido a soma de todos os sentimentos possíveis, todos os desejos imagináveis, todos as dores, dissabores, odores e amores do mundo; a ela apenas a definição de que, quando exagerando, teria sido uma relação chinfrim.
Ao fim, tal como um boçal enovelava-se proferindo ultrajantes dizeres e repetia aos ventos e aos mares, às cordilheiras e montanhas, repelindo o último resquício de insensatez, que certas palavras se acanalham desnecessariamente.
Vivera ele naquele lapso em um solilóquio incansável e ineficaz, agindo como um sindicalista rouco ou sem voz a agitar os braços, bandeiras, barbas e cabelos e sempre a reivindicar: mais amor, aumento da dedicação e redução da saudade; quase lhe implorava atenção ou algo na mesma necessidade e no mesmo patamar
Ela, da sua intocável inércia sentimental apenas respondia ladina e dissimulada: “__ Implorar, meu querido, somente a Deus”. Não lhe pronunciava outra oração sequer, fazendo-o sentir-se ignóbil. Nenhuma palavra lhe dizia, mesmo tendo sã consciência de que determinadas palavras podem acalmar determinados espíritos, ainda que não se demonstre a veracidade daquelas ou a agitação desses.
Desconsiderava o fato de que certas expressões sequer possuem efeito ou reação e, tal como um peditório, tal como um maçante teimoso, perguntava-se: “__ Onde achar remédio para as mesquinharias pingadas na rotina como soros que incham a tolerância e curam o entusiasmo inaugural dos casais?”
Ele, negando assemelhar-se a um misantropo, injuriava conjeturando que era como grão que em um moinho triturava-se sem que ninguém se preocupasse em saber se resistia à mó ou se se pulverizava depressa.
A ele restou a sensação de que aquela peça amorosa teria sido a soma de todos os sentimentos possíveis, todos os desejos imagináveis, todos as dores, dissabores, odores e amores do mundo; a ela apenas a definição de que, quando exagerando, teria sido uma relação chinfrim.
Ao fim, tal como um boçal enovelava-se proferindo ultrajantes dizeres e repetia aos ventos e aos mares, às cordilheiras e montanhas, repelindo o último resquício de insensatez, que certas palavras se acanalham desnecessariamente.