Não se sentia bem pensando aquelas bestialidades, não era mais o mesmo. Nem seus ternos eram mais os mesmos. Tudo mudara: as cores das gravatas, os quadros nas paredes (as paredes), os tapetes na entrada e a entrada em si.
Contara-me um dia desses que nem mesmo o ar era capaz de entrar e encher-lhe os pulmões de vontade; que parecia ar boliviano, rarefeito; que não mais lhe preenchia euforicamente como fizera antigamente, e nem mais lhe trazia nostalgias, divagando em indesejados devaneios. De certo que por motivos e razões análogas às de outrora, mas com toques e pitadas de maturidade, de descontentamento e qualquer coisa que dê para disfarçar ao longo do dia apenas tornando-se ébrio.
Dissera-lhe que parasse de procurar culpa, culpados, dolo e dor. Tolice viver a apurar responsabilidades. Ainda que um dia já se orgulhara em ser tolo deveria ao menos não delirar-se com estapafúrdias e absurdas desculpas. Ora, elas viriam aos milhares, inundando-o de ausência de pensamento lógico acerca do plausível, do óbvio.
Não seriam culpados ou circunstâncias, ausências ou fugas, intenções ou apatia que lhe faria observar e compreender, se é que possível seja, o que lhe sucedera naqueles dias de naufrágio interior. Uma tempestade semi-tropical de inverdades, de desajustados sentimentos e de sentidos pouco aguçados.
Não havia nostalgia, não havia desejo de reviver a mal contada história que ocorrera. Nenhuma saudade, nenhuma dessas meiguices românticas, enervadoras. Não afirmava, tampouco desmentia, que não mais entregar-se-ia tolamente, loucamente. Generalizava tudo em um mesmo patamar de descontentamento, de desilusão, mesmo informado que não há nada mais besta que generalizações precipitadas.
Não se julgava precipitado como antes. Via-se sóbrio, não mais entorpecido por sentimentalidades inquietantes. Com esforço enorme arrancara de cenas confusas alguns fragmentos, alguns pedaços de contrariedade; arrancara montanhas de infelicidade.
Contara-me um dia desses que nem mesmo o ar era capaz de entrar e encher-lhe os pulmões de vontade; que parecia ar boliviano, rarefeito; que não mais lhe preenchia euforicamente como fizera antigamente, e nem mais lhe trazia nostalgias, divagando em indesejados devaneios. De certo que por motivos e razões análogas às de outrora, mas com toques e pitadas de maturidade, de descontentamento e qualquer coisa que dê para disfarçar ao longo do dia apenas tornando-se ébrio.
Dissera-lhe que parasse de procurar culpa, culpados, dolo e dor. Tolice viver a apurar responsabilidades. Ainda que um dia já se orgulhara em ser tolo deveria ao menos não delirar-se com estapafúrdias e absurdas desculpas. Ora, elas viriam aos milhares, inundando-o de ausência de pensamento lógico acerca do plausível, do óbvio.
Não seriam culpados ou circunstâncias, ausências ou fugas, intenções ou apatia que lhe faria observar e compreender, se é que possível seja, o que lhe sucedera naqueles dias de naufrágio interior. Uma tempestade semi-tropical de inverdades, de desajustados sentimentos e de sentidos pouco aguçados.
Não havia nostalgia, não havia desejo de reviver a mal contada história que ocorrera. Nenhuma saudade, nenhuma dessas meiguices românticas, enervadoras. Não afirmava, tampouco desmentia, que não mais entregar-se-ia tolamente, loucamente. Generalizava tudo em um mesmo patamar de descontentamento, de desilusão, mesmo informado que não há nada mais besta que generalizações precipitadas.
Não se julgava precipitado como antes. Via-se sóbrio, não mais entorpecido por sentimentalidades inquietantes. Com esforço enorme arrancara de cenas confusas alguns fragmentos, alguns pedaços de contrariedade; arrancara montanhas de infelicidade.